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Introdução à temática Industrialização e a busca da harmonia.

   Com a revolução industrial houve um grande mudança nos meios de produção e consequentemente na estética dos bens de consumo, visto que esta transformou o artesanato tradicional para um cenário de produção em massa.

   No início surgiram divergências quanto ao espaço dado a estética nessa nova indústria. Zarah Colburn um engenheiro civil dizia que a busca por melhorias mecânicas prevalecia a estética. Já Gottfried Semper um arquiteto, via problema em misturar arte com indústria e acreditava que as tradições artesanais tinham que ser varridas para dar espaço a "nova arte". Nos anos 20 surgiu a estética da máquina onde formas geométricas abstratas eram aplicadas a uma filosofia funcionalista. As obras de Semper se tornaram uma fonte importante para entender essas ideias funcionalistas em particular seu princípio da forma básica, onde este aceitava e utilizava a máquina para produzir formas funcionais e atemporais de simplicidade geométrica.

   Um exemplo fundamental da evolução do design nesse período foram as ferrovias, pois sua difusão pelo continente europeu transformou a vida e o trabalho no século XIX. Muitas indústrias foram criadas para a fabricação de ferrovias e não haviam precedentes. As primeiras locomotivas foram experiências primitivas criadas por carpinteiros e ferreiros dentro das suas limitações e sem nenhuma preocupação estética. O rápido desenvolvimento fez surgir a engenharia de construções e esses avanços são facilmente percebidos na Jenny Lind uma máquina com forte apelo visual produzida a mão com qualidade nos destalhes e acabamento, permitindo assim falar de um novo artesão industrial. A intensa competição entre companhias ferroviárias na Inglaterra reforçou a ênfase na aparência onde cada companhia desenvolveu um estilo particular de design. Foi então que o design de locomotivas buscava não só um ápice no desenvolvimento mas também uma perfeição estética que funcionasse como anúncio móvel da companhia. Um exemplo claro foi a Locomotiva expressa 1562 4-4-0 que foi uma das mais elegantes de seu tempo.

   Vemos então a evolução da máquina a vapor de um mecanismo cru para uma forma sofisticada que combinava eficiência técnica e expressão estética. O design de locomotivas não tinha precedentes diferente do design de vagões, os quais permaneceram nas mãos dos construtores de coches até o séc.XX. Os vagões europeus e americanos eram muito diferentes, os europeus eram divididos por classes(primeira, segunda e terceira) e não havia ligações entre eles. Já o americano possuía um corredor central contínuo por toda sua extensão, bancos reclináveis, aquecedor e toalete. Os fatores que contribuíram para o fornecimento de serviços básicos nos vagões americanos eram tanto o tempo de duração mais longo das viagens quanto os extremos climáticos entre as regiões.

   A industrialização na navegação se deu principalmente com a substituição da madeira por estruturas de ferro e aço. Os navios clipper eram usados para o transporte de ópio. A forma dos cascos era adaptada à função de serem navios velozes. A parte interna, por outro lado, era uma área considerada secundária onde as funções deveriam se adaptar à forma. Já os navios de carreira, feitos para o transporte de pessoas tinham seus interiores bem decorados para acalmar e divertir os passageiros, além de garantir sua segurança.
   No final do século XIX as bicicletas eram o meio de transporte mais popular na Europa. Vários experimentos e tentativas foram realizados até chegar ao modelo das bicicletas modernas, que uniam eficiência, leveza, durabilidade e facilidade de fabricação. A bicicleta é o melhor exemplo da medida perfeita entre função e forma. Por ter só uma utilidade, sua eficiência dava espaço para poucas decorações.
   Quando olhamos para os artigos de uso doméstico, percebemos claramente que a ideia de simplicidade e funcionalidade não era aceita de forma generalizada, pois os móveis geralmente eram muito adornados.Na indústria de cerâmicas e na de vidros existia um alto ecletismo comercial. Eram fabricados objetos com as mais variadas funções e finalidades. Novas técnicas na indústria de vidros, como a de soprar em moldes e a de prensagem de vidro possibilitaram uma significativa expansão da mesma e uma grande difusão de objetos de vidro baratos para uso cotidiano.
A inovação da tecnologia de metais, com o uso do ferro fundido e forjado e do aço, a aplicação e descoberta de cada vez mais metais e ligas metálicas, possibilitaram o surgimento de novas técnicas e facilitaram cada vez mais a produção dos mais diversos produtos. 
   Com isso, tornou-se cada vez mais claro que os conceitos de forma eram condicionados muito mais pela noção de diferentes funções sociais do que pelas técnicas e materiais utilizados. a diferenciação de classes era feita pela simplicidade ou decoração dos objetos e ambientes. Acreditava-se que a simplicidade era derivada das necessidades do trabalho e a decoração era pretensiosa, associada á ostentação da classe média.

 

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